Aqui, já num era pra Internet tá funcionando?
Ei, quando é que a "cauda longa" vai ficar gorda suficiente pra artista pagar o aluguel? Será que sou único que acha que já era pra tá mió, e tá pió? Vejo todo mundo animadinho, contando views no youtube e followers no twitter, mas de verdade, a internet ainda não chegou lá. Quer dizer, ainda não se tornou capaz de substituir o que as gravadoras faziam, com todos os males. Que era lançar artistas ao mundo profissional da música. "Ah, mas as gravadoras eram horríveis, multinacionais capitalistas que exploravam os artistas e impunham merda ao público". Hmm, sim. Mas claro que isso é metade da história.
Xo explicar como era, pra quem não sabe: gravadora dava muita grana. Tanta, mas tanta grana, que as produtos que vendiam muito sustentavam contratações de artistas novos. Veja nossa gravadora, por exemplo, a BMG. Entramos num selo dentro dela, o Plug, junto com mais umas 10, 15 bandas. Eles nos ofereciam um contrato que tipicamente era de 8 ou 10% de royalties sobre venda, e uma verba de... hmm, acho que hoje em dia seria uns R$ 100.000,00 pra gastar, com estúdio, produtor, capa, etc. E tinha ainda a divulgação e "tour suporte", um investimento pra tentar dar pontapé inicial. Parece surreal, né? Bom demais pra ser verdade? Mas era assim. Daí, faziam uma conta de que era preciso a gente vender cerca de 40.000 discos pra zerar as contas, só a partir daí a gravadora teria lucro. Putz, e como essa conta fechava? Na maioria das vezes, não fechava, mas no geral, funcionava porque o estouro de UM artista sustentava 50, com sobras. Mas claro, os músicos tinham que aprender a lidar com as pressões, a se sentir ameaçados com contratos leoninos, etc, etc, mas era um "negócio", que podia ser bem ou mal conduzido, e gerou milhares de coisas boas e ruins.
Dessa época do Plug, só a gente "foi pra frente". Anos antes eu tinha estado no mesmo selo com o Sexo Explícito, e num deu certo. Normal, a vida é mesmo assim.
E hoje? Hoje vc faz isso aqui ó. Trent Reznor (Nine Inch Nails) deu esse monte de dicas pra novos artistas usarem a internet como promoção (engraçado que ele recentemente deletou sua conta no twitter seguida por mais de 600.000 pesssoas, dizendo-se farto das redes sociais). Muito bom o texto dele. Alguns comentários dos leitores me deixaram besta tipo "nao faço música mas gostaria de fazer sá pra usar essas dicas legais que vc passou" - esse povo num entende que isso é a parte chata do negócio, que a motivação pra se fazer música é completamente outra?
Mas o que tá acontecendo, ao menos aqui no Brasil? Os artistas ainda não conseguem ter uma carreira sustentável decente sem passar pelo mainstream. Radio, TV, etc. É um saco, mas é verdade. E o mainstream tá cada vez mais reduzido, e fechado nas coisas que ainda vendem - segmentos típicos, rótulos prontos, aposta segura, etc... Conheço um monte de gente com trabalhos super bem feitos, comercialmente viáveis, que em outros tempos estariam tentando a sorte numa gravadora, e que hoje em dia ficam presos num amadorismo infinito, aceitando amigos no myspace em vez de fazer shows, vender discos, ganhar dinheiro e viver de musica, enfim. Não estou dizendo que era fácil assim 10 anos atrás, mas havia essa janela. E ainda há, só que tá menor.
Outra coisa chata é o formato. "Ah, ninguém compra mais CD, a nova geração não está nem aí". Ok, mas gravar um CD é objeto de desejo de todo músico que conheço, que tristeza! Pode não comprar, mas pensa em gravar um album, uma coleção de músicas, colocar uma capa, e "fazer um CD". Que diabo, né? Que irônico. Então junta uma grana ou entra num projeto de lei, e faz. E entrega pros amigos. Não tem como distribuir decentemente. No início dessa era até rolou, mas agora quase não tem mais loja de disco especializada, só se compra disco nas megastores. Claro, a alternativa é distribuir na net. Mas cara, e a grana? O leite das crianças? O sujeito não consegue sustentar uma carreira de shows com essa popularidade internética. "Ah, faz um monte de showzim por aí sim, festivais, etc". Amigos, isso não paga nada. Tou falando de receber um cachê gordinho, porque você se tornou popular e leva gente pacas aos shows, com ingresso pago e tudo mais. Aí, uma ou outra banda consegue fazer a ponte e passar ao mundo old school de gravadoras, tv e rádio. Legal, mas isso só prova que os artistas ainda não conseguem "viver de internet", podem até se lançar e manter a carreira por ela, mas a janela pro profissionalismo tá muito menor.
Em outras áreas, a coisa também ainda não chegou lá, como a cobrança de direitos autorais por execução em streaming - que é a saída, eu acho - pagos por anunciantes, não pelo ouvinte. O Ecad não consegue receber direitos autorais de redes lucrativas como a MTV (o que seria justo) e ao mesmo tempo faz um papelão agindo como polícia em festas e bares. Que nhaca.
Eu não posso reclamar, faço parte de projetos que aconteceram antes disso tudo e posso me aproveitar de uma certa notoriedade adquirida pra continuar minha carreira. Mas embora seja muito mais divertido começar a divulgar uma banda hoje em dia - por causa dos orkuts, myspaces, etc - está cada vez mais valendo aquela máxima: "Eu sou músico". "Ah, tá, e trabalha com o quê?".
Já posso ouvir a plebe ignara rugindo "olha o babaca popstar preso às antigas fórmulas perere pororo". Tesconjuro coisa ruinzinha, minha banda foi uma das primeira a "surfar na internet" - quaquaqua - e acabamos de deixar todo o conteudo dum DVD de grátis em nosso site. Eu vou pra frente, só tou querendo por esse oba-oba em perspectiva.
Desculpa o papo chato. Nova opinião sobre um assunto já velho, né?
Agora deixa eu dizer o que acho do acesso a milhares de bandas novas na internet: é legal, mas minha capacidade de absorver música nova é a mesma que sempre foi. É boa, mas num tem jeito de aumentar só por que tem mais oferta. Por outro lado, encontrar coisas antigas que eu pensava que nunca mais veria (ou que nunca veria de modo algum) é o máximo. Ié!
Xo explicar como era, pra quem não sabe: gravadora dava muita grana. Tanta, mas tanta grana, que as produtos que vendiam muito sustentavam contratações de artistas novos. Veja nossa gravadora, por exemplo, a BMG. Entramos num selo dentro dela, o Plug, junto com mais umas 10, 15 bandas. Eles nos ofereciam um contrato que tipicamente era de 8 ou 10% de royalties sobre venda, e uma verba de... hmm, acho que hoje em dia seria uns R$ 100.000,00 pra gastar, com estúdio, produtor, capa, etc. E tinha ainda a divulgação e "tour suporte", um investimento pra tentar dar pontapé inicial. Parece surreal, né? Bom demais pra ser verdade? Mas era assim. Daí, faziam uma conta de que era preciso a gente vender cerca de 40.000 discos pra zerar as contas, só a partir daí a gravadora teria lucro. Putz, e como essa conta fechava? Na maioria das vezes, não fechava, mas no geral, funcionava porque o estouro de UM artista sustentava 50, com sobras. Mas claro, os músicos tinham que aprender a lidar com as pressões, a se sentir ameaçados com contratos leoninos, etc, etc, mas era um "negócio", que podia ser bem ou mal conduzido, e gerou milhares de coisas boas e ruins.
Dessa época do Plug, só a gente "foi pra frente". Anos antes eu tinha estado no mesmo selo com o Sexo Explícito, e num deu certo. Normal, a vida é mesmo assim.
E hoje? Hoje vc faz isso aqui ó. Trent Reznor (Nine Inch Nails) deu esse monte de dicas pra novos artistas usarem a internet como promoção (engraçado que ele recentemente deletou sua conta no twitter seguida por mais de 600.000 pesssoas, dizendo-se farto das redes sociais). Muito bom o texto dele. Alguns comentários dos leitores me deixaram besta tipo "nao faço música mas gostaria de fazer sá pra usar essas dicas legais que vc passou" - esse povo num entende que isso é a parte chata do negócio, que a motivação pra se fazer música é completamente outra?
Mas o que tá acontecendo, ao menos aqui no Brasil? Os artistas ainda não conseguem ter uma carreira sustentável decente sem passar pelo mainstream. Radio, TV, etc. É um saco, mas é verdade. E o mainstream tá cada vez mais reduzido, e fechado nas coisas que ainda vendem - segmentos típicos, rótulos prontos, aposta segura, etc... Conheço um monte de gente com trabalhos super bem feitos, comercialmente viáveis, que em outros tempos estariam tentando a sorte numa gravadora, e que hoje em dia ficam presos num amadorismo infinito, aceitando amigos no myspace em vez de fazer shows, vender discos, ganhar dinheiro e viver de musica, enfim. Não estou dizendo que era fácil assim 10 anos atrás, mas havia essa janela. E ainda há, só que tá menor.
Outra coisa chata é o formato. "Ah, ninguém compra mais CD, a nova geração não está nem aí". Ok, mas gravar um CD é objeto de desejo de todo músico que conheço, que tristeza! Pode não comprar, mas pensa em gravar um album, uma coleção de músicas, colocar uma capa, e "fazer um CD". Que diabo, né? Que irônico. Então junta uma grana ou entra num projeto de lei, e faz. E entrega pros amigos. Não tem como distribuir decentemente. No início dessa era até rolou, mas agora quase não tem mais loja de disco especializada, só se compra disco nas megastores. Claro, a alternativa é distribuir na net. Mas cara, e a grana? O leite das crianças? O sujeito não consegue sustentar uma carreira de shows com essa popularidade internética. "Ah, faz um monte de showzim por aí sim, festivais, etc". Amigos, isso não paga nada. Tou falando de receber um cachê gordinho, porque você se tornou popular e leva gente pacas aos shows, com ingresso pago e tudo mais. Aí, uma ou outra banda consegue fazer a ponte e passar ao mundo old school de gravadoras, tv e rádio. Legal, mas isso só prova que os artistas ainda não conseguem "viver de internet", podem até se lançar e manter a carreira por ela, mas a janela pro profissionalismo tá muito menor.
Em outras áreas, a coisa também ainda não chegou lá, como a cobrança de direitos autorais por execução em streaming - que é a saída, eu acho - pagos por anunciantes, não pelo ouvinte. O Ecad não consegue receber direitos autorais de redes lucrativas como a MTV (o que seria justo) e ao mesmo tempo faz um papelão agindo como polícia em festas e bares. Que nhaca.
Eu não posso reclamar, faço parte de projetos que aconteceram antes disso tudo e posso me aproveitar de uma certa notoriedade adquirida pra continuar minha carreira. Mas embora seja muito mais divertido começar a divulgar uma banda hoje em dia - por causa dos orkuts, myspaces, etc - está cada vez mais valendo aquela máxima: "Eu sou músico". "Ah, tá, e trabalha com o quê?".
Já posso ouvir a plebe ignara rugindo "olha o babaca popstar preso às antigas fórmulas perere pororo". Tesconjuro coisa ruinzinha, minha banda foi uma das primeira a "surfar na internet" - quaquaqua - e acabamos de deixar todo o conteudo dum DVD de grátis em nosso site. Eu vou pra frente, só tou querendo por esse oba-oba em perspectiva.
Desculpa o papo chato. Nova opinião sobre um assunto já velho, né?
Agora deixa eu dizer o que acho do acesso a milhares de bandas novas na internet: é legal, mas minha capacidade de absorver música nova é a mesma que sempre foi. É boa, mas num tem jeito de aumentar só por que tem mais oferta. Por outro lado, encontrar coisas antigas que eu pensava que nunca mais veria (ou que nunca veria de modo algum) é o máximo. Ié!
36 Comments:
Legal o texto, John. Outro dia me passaram um site novo para downloads, o boostmp3.com. Por um momento fiquei impressionado, pois tinha de tudo, até a bandinha da minha cidade, podendo rolar streaming ou download de qualquer música. Depois de 60 segundos e algumas buscas, pensei: "mas que porra, eu não quero baixar nada. Já tenho mais do que eu quero."
Antes disso escrevi algo no meu blog também. Dá uma olhada: http://contracudegavetao.zip.net/arch2009-08-01_2009-08-31.html#2009_08-27_23_53_00-8081110-0
O grande problema, John, é que não foi a oferta de música que escolheu migrar para a Internet: foram a demanda.
Os ouvintes de músicas se desiteressaram pelas mídias tradicionais. Aqui não contém papo ideológico ou filosófico. Mercado mesmo.
Qual o incentivo que uma pessoa tem para pagar uma gravadora como forma de ouvir uma música? Mal existe incentivos para pagar os artistas. Uma iniciativa como a do Radiohead pode ter dado algum impacto, mas parte deste impacto foi pela euforia da iniciativa. Se várias bandas fizerem igual, as pessoas vão enjoar da graça de "pagar o quanto acha que vale", e vão começar a baixar as músicas de graça de novo.
Não vou nem dizer que isto é inevitável. Mas retornar aos moldes antigos é bem complicado, porque as pessoas vão piratear. Inventar uma nova forma de ganhar dinheiro com música também não tem sido bem sucedido. O Itunes vai durar até quando? Vai dar certo?
Sua opinião é válida. Mas em verdade, parece que o mundo vai ter que conviver com o fato de que ganhar dinheiro com infomação audio-visual está cada vez mais complicado.
Em economia, a gente estuda que avanços tecnológicos são a forma mais concreta de reduzir um preço de mercado, que é o valor real que o mercado dá a algum produto. E nenhuma teconologia tem avançado mais que a da informação...
Se serve de consolo, eu ainda acho que vale a pena comprar álbuns do Pato Fu, e ir em seus shows!
Intéki!
Sabe uma coisa que eu pagaria com gosto na Internet?
Conhece o LastFM.com certo? Eu pagaria um preço bom se ele me desse a seguinte oportunidade:
1º - digito o nome de uma música que eu queira ouvir
2º - Eu teria o direito de ouvir aquela música inteira
3º - a partir da segunda música, o site que escolhia para mim, baseando-se nos meus gostos e nas minhas escolhas.
Hoje é QUASE assim. O problema é que você digita o nome de uma música, mas a rádio não necessariamente me permite ouvi-la. Se a PRIMEIRA música fosse selecionável, seria ótimo...
Desde quando começou a ser pago, eu nunca mais ouvi músicas nas rádios do LastFM.
eu acho q o mercado eh um reflexo dos consumidores (well, duh). as pessoas acham que, se tem na internet, nao precisa pagar na vida real. o engraçado eh q as pessoas pagam horrores pra terem banda larga, pra terem 1, 3, 5, 10 mega. pra 'baixarem tudo de graça'. 150 reais eh bem mais do q eu gastava em disco por mês (comprava 1 por semana, por 20- pila). e se da pra ouvir de graca na internet, pq vou pagar pra ir no show? pq vou pegar o disco fisico? bom, EU sei por que, mas a geral parece q nao.
igor: o last.fm ja fez isso q vc sugeriu. a YAHOO! tinha uma radio q era exatamente assim. a yahoo foi pro saco e hj quem domina o mercado eh o google.
e o iTunes, "vai dar certo"? ja DEU certo. apple ja fez montoes de pessoas pagarem pra ouvir musica q pode ser encontrada em outros lugares de graça.. ou nao. e ja dura bastante tempo sim. e eu falo dos eua, nao falo do brasil, onde nao da nem pra abrir uma conta na itunes store com cartao de credito nacional.
e eu adoro o povo dizendo 'hoje ta cada vez mais barato de fazer seu proprio disco'. nao ta mais barato, nao. ta viavel fazer em casa, mas o equipamento eh caro. e se quer masterizar, ainda tem q pagar um fodalao pra fazer isso. e a mixagem em casa, mesmo q vc passe horas estudando, nao vai ficar CHANTE q nem do cara q trabalha com isso. e repito: a gente gasta uma grana pra equipar o home estudio, pro povo achar que a gente fez 'de graça em casa'.
Hm. Ainda assim, tá mais barato. Até a hora de estúdio tá mais barata, porque eles perderam o principal cliente (as gravadoras).
Itunes Store nos EUA acho que realmente tá dando uma grana, mas tenho dúvidas se artistas independentes fazem algum valor significativo. Recentemente conversei com dois diretores de gravadoras grandes aqui no Brasil, eles me contaram que a venda digital cresce muito por aqui, tipo 500% ao ano. Só que os valores são baixos, não chegam nem perto do patamar antigo. Posso dar um exemplo, o Pato Fu lançou um disco no UOL, antes do "físico". Teve anúncio na Folha de SP, campanha do UOL e o escambau. O resultado é que ficamos um mês como banda mais vendida no UOL Megastore. E tínhamos um contrato legal de divisão de lucros. Fiquei contente quando recebemos um valor por venda de música na internet, achei aquilo muito legal. Mas a verdade, foi um valor insignificante. Como falei ali, é divertido, mas num paga as contas.
Last FM começou a pagar royalties faz uns... 2 anos acho. Desde que começou, avisei à UBC (que recolhe meus direitos) pra acompanhar como que tava rolando. Eles (UBC) são super solícitos nesse aspecto, e estão numa luta danada pra resolver como se faz pra receber isso no Brasil. Mas nada feito ainda.
...nossa que mundo mais subterraneo esse,o das gravadoras.
Viver de musica é o Holy Grail que o principe Artur tava procurando,ele achou mas jogou fora quando ficou sabendo que involveria viajar o tempo todo(fuckin aeroportos).
Nao tem Itunes do Bananao....Ha,ha,ha,pau nos seus cus...
150 reais incluem alem de musica ,porn e plug ins.
ó, normalmente eu so venho aqui fala besteira, má vô fala sério agora.
acontece duas coisas no atual cenario da musica que ta fudenu cum tudo, o primeiro é que tem um geração que simplesmente não entende que tem que pagar por musica (na qual eu me incluo), e outra é que tem uma galera (agora eu to falando em cultura no geral: musica, cinema e literatura e o pessoal que pinta quadro {alias já mudo de nome de novo essa galera?}) enfim, tem um pessoal que acha que merece ser pago pela sua arte não imporatando que ninguem estaja nem um pouquinho ai pro que vc defeca, o que gera bizarrices inacreditaveis do tipo da lei juanet, beleza o que fazer então???
primeiro tem que acaba com a esmola, não estamos na união sovietica, esse dinheiro gasto pra fazer filme mudo que ninguem vai vai ver tem que ser usado nas escolas, pro chaplin chegar lá e as pessoas de fato ficarem a fim de ver filme mudo.
segundo, a publicidade vai salva a industria, imaginemos o seguinte, a Bmg lança um portalzão com todo o seu acervo de musica a ser baixado com uma taxa decente de bits, com uma qualidade decente pra um mp3 e em troca de cada acesso vc tenha que simplesmente assistir um comercial de coca-cola de um minuto, quem não iria querer? imagina toda a discografia dos engenheiros do hawaii a sua disposição e tudo que custaria seria a lavagem do seu cerebelo! com o crescimento poderia se cobrar mais e mais pela publicidade e o Humberto Guessinger poderia voltar a comprar banheiras com a grana dos cds...
como reflexão final, no brasil a midia que mais da grana é a Teve certo? tirando os eventuais jabas e o seu voto por sms no big brother, o que a sustenta é a publicidade!
Fico só imaginando o sentimento de arrependimento do executivo de gravadora que resolveu, em um lampejo de "brilhantismo", trocar o vinil pelo CD. Ele deve ter pensado que estava redescobrindo a roda e que elevaria os lucros das gravadoras além da estratofera com todo mundo trocando suas discotecas por Cds.
Na minha humilde opinião, quem faz sacanagem com artista é a falta de educação e formação das possíveis futuras platéias e a desunião da classe. O resto dá-se um jeito.
Paulinho Brito pode reabrir o Complexo B. Vejam o tal do The XX, "a maior banda da internet do momento..." Aquilo ali é cópia (que nem precisa de CD físico) da mesma coisa que inspirou Ida e os Voltas, RMutt...
pouco a dizer... acho q a era 'cd' persiste, n vejo perspectiva de sucesso em venda d produto digital ainda... album de artista INDEPENDENTE pra mim é sinônimo de "brinde de show"
isso é prosa d kem anda produzindo muito ultimamente, n é pra qualquer mortal q tem studio em casa com ekipamentos de primeira linha, em q boa parte do tempo, bandas boas/novas passam por lá mostrando serviço de lapidação ou gravando ou sei lá mais o q, parecendo estar tendo pouco espaço pra trabalho autoral.
aliás... é um emaranhado brabo! as gravadoras ditas 'grandes' ja tiveram seu periodo de fertilidade aguda em suas determinadas épocas; ao mesmo tempo, a internet se aproximou tanto da realidade q se for ver pelo seu tempo de existencia, denota q os aborrecentes d hj em dia ja nasceram com a internet embutida no corpo e passam por ela despercebida.
o digital é comum pra gente nova, então creio q ainda vale a pena montar um cd num eskema caseiro (pra kem pode... pra kem n pode, ou fica amigo do produtor ou caga uma grana ferrenha... ou as duas coisas rs), e daí carimbar algum selo de distribuidora q possa gerar uma quantidade de unidades suficientes pra carregar as principais megastores/portais do brasilis (se é q atualmente já exista algum selo do seguimento operando em tal escala... uma kestão de pioneirismo, sei lá; ainda pode acontecer o inverso, distribuidora virar gravadora... muito chão!) mas hj o q ta valendo mesmo é o velho brinde
no mais... jones: ants de gravar o 'Aaaaaa' final (e antes q a moça novamente o camufle rs), chame deus e o diabo e grita:
"LA VEM CD NOVO AÍ!!!"
keria v os parentes de rádio/tv n se movimentando a respeito...
Credo Sr. João, falou sério agora, hein? Bom, nem vou ficar aqui prevendo o que vai e o que não vai acontecer com o mundo das gravadoras, porque - ainda bem - eu não dependo disso para viver. Só sei que, elas acabando ou não, a música vai continuar existindo, assim como existia muito antes delas aparecerem. Pensar em como vai ser para viver de música eu deixo para vocês aí.
Agora, uma coisa... Essa onda de banda na Internet é bonito, é democrático, mas sinceramente, tem tanta porcaria junta que fica difícil encontrar algo que realmente preste ali no meio. Carajo, até eu coloco minhas tosquices na internerds!
Outra coisa é que, mesmo que fique baratim baratim comprar uma placa de som e um microfone para gravar em casa, a imensa maioria do que eu já escutei é muito mal gravado. Não é só comprar equipamento e esperar o milagre acontecer. Tem um monte de gente colocando as musiquinhas de grátis para o povo ouvir, mas não conheço muitos produtores colocando de grátis seus ouvidos e conhecimentos enciclopédicos. Novamente, eu penso em mim mesmo, que continuo tocando mal e gravando na mesma plaquinha de som que tinha há anos, e noto que só de ir brincando de gravar, a qualidade do som já melhorou horrores (aliás, qualquer dia ouve aí, não vou te pedir para me apadrinhar nem nada, haha).
Mas peralá, como que eu posso falar do mundo de música tosca e mal gravada que tem na internerds se eu mesmo jogo as minhas músicas toscas e mal gravadas nela? Aí é simples: eu faço isso porque me divirto, e só. Mas se eu quisesse viver de música, pode apostar que estaria tentando fazer as coisas com um pé na old school.
'sigam os meus vôos!' rssrsrrssr
já dizia (e diz até hj) o danado do chapolin
ô minduim, vc checou a data de validade de seus remédios? tenho quase certeza que acho que num sei se entendi metade do que vc disse. num consegui separar o sujeito do objeto diurético e do adjunto abdominal.
ae tiago, assiste ai o meu filme mudo. eu estudei chaplin e o georges melies, eh tudo baseado nas trucagens deles. se vc nao gostar, me da um dinheirim ai preu fazer um mestrado!
http://www.youtube.com/watch?v=ZsxMrbW4sWs&feature=player_profilepage
john: aumentou 500% pq de 1 real o lucro passou pra 5 pilas hehe matematica da birolha com a moeda nacional do sul.
"Bmg lança um portalzão com todo o seu acervo de musica a ser baixado com uma taxa decente de bits, com uma qualidade decente pra um mp3 e em troca de cada acesso vc tenha que simplesmente assistir um comercial de coca-cola de um minuto, quem não iria querer?"
assim funcionava o portal da MTV americana ha uns 7 anos. NEXT>
ps.: e como vc acha q funciona a TV e as radios?!?! vc, de certa forma, nao paga pra ouvir nem ver, venda de espaco publicitario sustenta.
gru, o site da mtv deu certo?
se sim, minha teoria ta certa, e o que vc disse sobre teves e radios é exatamente o que eu disse! alias não entendi se vc ta concordando comigo ou não rsrs
gostei dessa ideia do Tiago... mas e aí, na MTV deu certo ou não??
mas é isso mesmo (Oo), deve ter dado certo, até pelo tempo... kem deve ter se estragado mesmo foi a propria emissora, lá nas norte-americanas 'quando' só passava clips com naiks, tits, diamants e lamborghinis em rodas aro 20': "compre o cd pelo site e leve gratis um sutiã da beyoncee!" coisa de EMOlouco, curti a idéia! (chamando a colorama)
será q realmente na mtv gringa funfou?
é puro achismo, mas é isso mesmo...
tinha por um tempo, nao sei se hj em dia ainda tem, ACHO que nao!
olhem la www.mtv.com (eh na gringa mesmo)
acho que se fosse pra isso virar um meio rentavel, ja era pra ter tomado outra forma, q nao tomou. os mil views de youtube acho q nao rendem com propaganda por tras, rende pra pessoa ganhar exposicao pra ser contratada pra algo que realmente dê dinheiro.
John, taí uma visão que é bem legal de compartilhar com todos por aqui que caçam a resposta da permanente pulga atras da orelha. cara, mesmo sendo um novo papo pra um assunto velho, voce viu os dois lados da moeda e levanta de novo uma discussão pró-sobrevivencia. confesso que mesmo enquanto um musico-otimista que sou, ao ouvir todo esse teu relato, minha esperança balançou ainda mais... Pra quem é da época, que passou por muitas como levar uma bateria inteira pela porta de trás do buzum, pagar passagem e sair pela da frente pedindo licença(ainda bem que nao tinha as peles de resposta!)pra ter ensaio de garagem, que se rezava por ter um tal contrato milionario, pra ter a musica tocando na rádio sem ter que pagar o fadaputa do jabá, que chegava a ensaiar 5 horas or dias, 5 horas por semana, sempre acreditando na bagaça, ano e anos a fio, ainda ecoa essa mesma pergunta: cumé que dá pra manter sustentável uma vida baseada em musica?? ainda hoje, por puro amor se paga pra fazer show. vejam esse nosso incrivel cenario de bares e casas de nossa querida e conservadora mineirisima bhz, onde mesmo as ditas "alternativas" pedem garantia de publico se tu tiver um novo trabalho ou for um trabalho autoral. isso QUANDO TOPAM a parada. e se topam, tem de se contentar no publico presente, geralmente numa quarta feira péssima que te descolam, que nao rola nem ao menos uma bilheteria basica e decente pra pagar o petroleo ou um pouco do suor incansável do musicos. e quando, ainda por cima, se é casado, e ao chegar em casa fica aquela caraça pra dizer que nao rolou grana nenhuma. nem as biritas hoje sao liberadas, ao menos para deixar os ignóbeis um pouco mais felizes!.. hoje parece que tudo vai se estreitando, a tal modo que vem o home estudio, pensa-se no tal cd (nao sei pra que), no desejo articulação pras visitas no tube, e perdurando a cegueira e a esperança, parte-se pra tentar fazer compoiçoes proprias, solo (pois nem ensaiar a galera ta querendo mais!)trilhas, musica pra politico, musica pra interprete...
que merda!!!
... bem, 4h passadas de meu post, depois de fritado muita coisa em meu proprio oleo quente, olho pro tecladinho, pra mesinha de som, pro desktop, pro baixo Ibanez.. sei que ainda a cortejo...apesar de tudo, mais do que a esperança é a música. sempre a musica! ela é a última que morre!
Internet é muito bão, mas só ele não basta... Eu acho que os Móveis Coloniais de Acaju é que tão fazendo "direitin", tem os cds fisicos, tem o cd digital com download gratis pra nóis e remunerado pra eles pela trama virtual (patrocinado por uma concessionária), e depois que apareceram no VMB tem uma porrada de amigos meus que começaram a ouvir... Tem mais é que fazer música boa e sair espalhando por aí onde quer que seja.
Ah, John, ocê ta sabendo que os Super Furry Animals tão vindo pro Brasil?
também acho que os móveis tão fazendo direitin
mazintao, a musica online serve pra espalhar bastante pro povo (como um clipe de mtv) até q venha acontecer algo lucravel na VIDA REAL. dai a diferença do virtual e do real... o sucesso virtual eh uma potencia, tipo, a semente eh uma arvore virtual (pode vir a ser real). nao to zuando, eu estudei isso, eh serio.
entao BORA LA GENTE vamo ouvi meu disco!!! o rubs gosta!!! o john quase! eh ONLINE, GRATIS!!
48 pessoas ja baixaram, e 48 pessoas nao podem estar enganadas!!!
http://www.gabilima.com/mp3/kitchendoor.html
serião, ouve ai. ajuda eu.
ei gabi. num ti conheço não. agora tou conhecendo um pouco.. aqui roger bacoom (ex bateria do sexo explicito/outrora parceiro musical do john e do rubs). a persistencia é algo que move montanhas. mesmo escutando um comentario que de primeira mão balança, como a questão da "cauda internautica dos devires" do john, o negocio é o que sempre moveu: o tesão e acreditar que pode! cara, bacana demais teu som, power! home estudio na cabeça..legal ouvir algo original! ..teu site tbém tá drops de cereja total!... ce tem feito shows em bh?.. como dizem por ai: "ce tá de parabens!"
tenho nao, eu sou do sul, bacoom! prazer :)
brigada pelos drops de cereja hehe thats the spirit..
prazer gabi! ...pois seria bem legal se viesse tocar pra essas bandas! ..cozinha sempre é o melhor lugar da casa! ..vou lá então degustar mais drops..
muito bom o texto John!
li no celular e fiquei com preguiça de comentar de lá... agora no pc me animei de novo...
nem só de arte vive o ser humano, infelizmente... inclusive o que faz arte.
é preciso, sim, ter uma visão business da vida.
li que nem o twitter tem um modelo de negócios financeiramente viável e nem perspectiva de retorno pros investidores (ainda).
... que dirá então os pobres mortais músicos internautas...
Músico no Brasil tá ferrado mesmo...
tão reclamando do q? nos idos dos 80, só a turminha do john et rubs etc tinham espaço e grana pra pegar o buzão c/ batera, nos, cambojanos não tínhamos nada e ainda assim deixamos nosso recado que vira e mexe recebo informação a respeito hj tem q ser como o Dudi falou, tem democracia sim, pq cabe todo mundo aqui na net, mas é claro que temos e teremos problemas sempre, alguns tem mais vlr mercadológico q outros, mas isso ñ tem remédio não. q tem grana, tem selo, q ñ tem, tem a net.
Cheguei aqui pq o Christian Bleffe comentou lá no Twitter.
Bem, na minha opinião a nossa civilização decidiu que a Rede é um instrumento para permitir que o conhecimento e a cultura fluam livremtente, é um lance que tem a ver com um papo maluco de memética, mas o fato é que a grana não está no centro dos nossos esforços coletivos online, muito pelo contrário: vamos na direção de tornar tudo grátis.
E como fica o leitinho das crianças ou o jantar com a pessoa amada? Como paga?
Esse é o desafio de quem produz coisas que podem ser digitalizadas (livros, músicas, vídeos etc): descobrir como ser pago pelo que circula online.
Durante a transição para viver dessas coisas intangíveis só mesmo com uma solução híbrida: recebendo grana por livros, CDs, DVDs e do que foi compartilhado online. Uma hora o online vai passar o offline e quem soube fazer a transição vai se dar bem. Espero que ninguém realmente bom fique na rua da amargura por não saber entrar online...
A minha aposta vai para o exemplo dos bares de Alcântara (mas poderiam ser de qq outra cidade satélite) onde dezenas de trabalhadores famintos pedem centenas de refrigerantes e pasteis chineses e pagam só no final dizendo ao caixa direitinho o que consumiram: as pessoas são honestas quando acreditam em quem lhe oferece o produto. Pelo menos a maioria delas são ou os bares fechariam as portas.
A Internet é assim: a galera sai baixando música, escuta, gosta ou não gosta e só precisa desenvolver o princípio ético de ir ao caixa para pagar o que gostou, mas onde é o caixa? Quantos artistas divulgam formas de pagamento em seus sites?
Quanto a cauda longa ela serve para duas coisas.
A primeira é para os trabalhos artísticos tão bons que são capazes de revolucionar a arte, mas que ficavam relegados ao esquecimento porque não agradavam as massas. Agora eles podem alcançar um punhado de pessoas que vão criar coisas em cima daquilo até que algumas partes cheguem ao chamado mainstream. Esse pessoal só precisa aprender a existir na Internet como costumo dizer.
A segunda funcão da cauda longa é corrigir aqueles "errinhos" das gravadoras e produtoras que costumam ignorar justamente as obras que vão se tornar os maiores sucessos de massa de todos os tempos. Lembro melhor dos exemplos em cinema e literatura como Guerra nas Estrelas, Harry Potter e Peter Rabbit de Miss Potter, mas talvez quase todas as grandes obras tenham sofrido para serem aceitas pelos produtores e agora elas podem buscar reconhcimento primeiro online a exemplo do movimento musical "Faça vc mesmo".
Hummm... A cauda longa também serve para artista ruim que jamais venderia para o público ou viveria do seu trabalho, mas consegue pelo menos uns trocados para pagar o condomínio graças a fãs de mau gosto que pagam por seus trabalhos ;-)
Falei, falei e falei, mas como fica o dindin via Internet?
Sinceramente, acho que tudo passa pela construção de um relacionamento de confiança com os ouvintes e pela criação de formas deles pagarem pelo que gostarem, mas cada caso é um caso, cada um terá que desenvolver sua própria "fórmula".
Só uma coisa é certa: quem achar primeiro os caminhos para as pessoas online os recompensarem por sua arte vai se dar muito bem pois haverá muito mais grana (se é que já não há) online que offline.
Advogados veem o mercado inundado de outros advogados. Em uma simples faculdade saem mais de 1.000 diplomas por ano.
Publicitários veem um mercado exaustivo que leva um monte de gente a ter ataque cardíaco aos 40 anos de idade.
Médicos recebem 30 reais por consulta em atendimento de plano de saúde, o mesmo que um cabeleireiro (nada contra os cabeleireiros, mas eles não estudaram pelo menos 10 anos para exercerem essa profissão)
Engenheiro com pós-graduação ganha 2.000 reais por mês para trabalhar em empresa grande, correndo risco de ser mandando embora por corte de custos.
Diploma de jornalista não é mais necessário para exercer a profissão; 4 ou 5 anos praticamente inúteis para muita gente.
As carreiras acadêmicas oferecem bolsas esdrúxulas e os salários para professores muitas vezes ficam nos "mir real" por mês.
Funcionalismo público super saturado; uma pessoa estuda hoje em média 3 anos para passar em um concurso ganhando em média 1.200 reais.
Isso para ficar nas carreiras mais conhecidas...
Agora, e os músicos ? Coitado deles, só eles sofrem.
E o pior: é tudo culpa da Internet
not.
www.oteatromagico.mus.br
shows lotados em todo o brasil.
mais de 1 milhão de downloads no trama virtual.
tudo só pela internet.
Michel..
Alguém aqui falou que SÓ o pessoal da música tá tendo problemas?
Recomendo reler o post. Obrigado
o Michel parece defender que a musica sempre foi uma profissao privilegiada, e que agora reclamamos por sermos tao fudidos quanto os outros. Bom, eu acho que musico com trabalho autoral sempre foi uma profissao bizarra, 95% destes sempre foram obrigados a ter outra profissao. O que estou dizendo eh que agora tenho a impressao que sao 99% - e ao mesmo tempo existe uma ilusao de que as coisas estao melhores - e na minha opiniao elas estao soh diferentes, o melhor ainda estah por vir - ou nao.
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